09/09/11

Dia 18 - Uma Nova África

31 de Agosto, 2011
Cathedral Peak, Drakensberg Mountains, África do Sul

Hoje voltou-se a acordar cedo. Tão cedo que saímos antes do pequeno almoço ser servido. Pela frente tínhamos duas fronteiras e mais de 600km para fazer. À partida do Kruger, foi possível ver uma família de girafas que tomava o pequeno almoço perto da estrada, para entusiasmo de todos os participantes e para mim uma última boa impressão do Parque.

As duas fronteiras que cruzamos foram para entrar e sair da Suazilândia (acho que nunca passei tão pouco tempo num país), apenas para percorrer 180km. Não ocorreram quaisquer problemas, as fronteiras tinham pouca gente e em 30 minutos estava tudo tratado. Dos 180km que percorri neste pequeno reino, os primeiros 40km eram campos agrícolas, 100km de reservas naturais e os últimos 40km eram novamente campos agrícolas. Duas horas depois de entrarmos, estávamos a sair. Embora a nossa passagem fosse curta, tive tempo para ler um pouco sobre a história do reino da Suazilândia. Nunca imaginei que este pedaço de terra fosse reconhecido como um reino independente desde o século XIX e que desde sempre se manteve à parte dos grandes conflitos na região da África do Sul.

Ao entrarmos novamente em território sul africano estávamos já distantes da savana do Kruger e dos terrenos cultivados da fronteira. Aqui as planícies, colinas e pequenos montes, característicos desde Dar Es Salaam, dão lugar a montanhas majestosas e vales enormes. Estamos nas montanhas de Drakensberg, uma famosa região montanhosa sul africana, procurada por amantes de hiking e natureza. O roadbook informa que terá sido nesta região que J.R.R. Tolkien terá passeado e inspirado para a criação da sua Terra Média. O nosso hotel localiza-se no fim de uma estrada, no meio das montanhas, e tem o Cathedral Peak nas traseiras, o que lhe dá um aspecto cinematográfico quando se chega de carro. Segundo o porteiro algumas das montanhas estavam cobertas de neve até cerca de duas semanas atrás e hoje é possível vislumbrar pequenos pontos onde o gelo persiste. É também o ponto de partida para muitos dos trilhos usados pelos hikers e a julgar pelas fotografias expostas no lobby, promete experiências únicas.

À noite ficou frio e pela primeira vez desde que estou neste continente vesti o polar. Só agora, e apesar de estar todos os dias a contar quilómetros no carro, me apercebi que estou a ir para Sul, que estou a deixar o calor dos trópicos. O dia de hoje foi bem comprido, acordamos cedo, passamos por duas fronteiras, percorremos quase 700km e terminamos num hotel confortável, amigável e num local privilegiado. Isto é uma nova África e tal como a anterior, também começo a gostar dela.

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