04/09/11

Dia 15 - A Capital

28 de Agosto, 2011
Maputo, Moçambique

Esta noite choveu. Não foi uma "murrinha" como na Gorongosa nem uns chuviscos como no Kilimanjaro, mas sim a minha primeira chuva africana. A julgar pelo som que se sentia na minha cabana sobre o mangal parecia uma tempestade tropical, mas de manhã deu para ver que foi uma chuva como outra qualquer.

Ainda antes de deixarmos Inhambane percorremos as ruas da cidade, em busca de uma bomba de gasolina, e pude ver alguns exemplos da arquitectura colonial portuguesa, como é o caso do cine-teatro tofo (fotografia a publicar quando conseguir). Lá encontramos a estação de serviço e com o depósito cheio era então altura de partir para a capital de Moçambique, Maputo. A viagem correu bem, a estrada é bastante boa, passando por algumas povoações como a vila Piri-Piri (nome dado por mim a uma vila cuja especialidade é a venda de Piri-Piri, tal é a quantidade de bancas a venderem tal produto) ou a aldeia dos Cajús (nome dado por mim pelas mesmas circunstâncias). O mercado ou a venda de rua, em especial aos condutores, é uma realidade engraçada nesta parte de África. Já passei por pessoas a venderem de tudo aos carros que passam, desde galinhas e cabras, a piri-piri, cajú, fruta, carvão, gasolina engarrafada, etc. Toda e qualquer pessoa que passa é uma oportunidade de negócio. Se há assim tanta gente a parar não sei (parámos por uma vez para comprar um saco de cajú), mas é certo que já vi muitos camionistas a levarem cabras vivas e presas aos atrelados.

A meio do caminho fica uma pequena vila chamada Xai-Xai (nome dado por outra pessoa qualquer) e que segundo o meu Pai era nos anos 60 e 70 uma espécie de Cascais. Hoje em dia o centro da vila continua bem preservado e em funcionamento, mas a zona da praia está totalmente degradada. Foi também preciso chegar a Xai-Xai para ver pela primeira vez em África um dos símbolos do mundo ocidental, o fast-food, e neste caso específico um KFC. É sempre bom quando encontramos algo que nos é familiar. Ao entrar nos arredores de Maputo encontrei uma realidade da do resto de Moçambique, o trânsito. Nas estradas do interior é inexistente, no litoral há sobretudo camiões e autocarros e em Maputo há de tudo. Demorou bastante até conseguirmos ultrapassar a circular e entrarmos no centro da cidade. Para auxiliar a confusão, a capital vai receber dentro de uma semana (começa dia 3 de Setembro) os Jogos Africanos, uma espécie de jogos olímpicos mas para os países africanos. É certamente um evento importante e poderá revelar-se uma oportunidade para Moçambique mostrar as suas qualidades.

Finalmente chegamos ao Polana, o mais famoso hotel de Moçambique e, quando foi construído nos anos 20, um dos melhores hotéis da Europa. Embora tenha sofrido obras de restauro nos últimos anos, manteve a fachada original e por dentro a decoração é bastante elegante. Um pouquinho mais de glamour e certamente transportaria os seus hóspedes no tempo até aos anos 40, 50 e 60. Não é difícil imaginar este edifício como sendo um ponto de encontro de pessoas famosas que visitavam África.

1 comentário:

  1. Que chique no Polana!! ;) Também quero ir aí!!! PS: Só para baralhar, já estás no cabo da boa esperança :D

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